Na quarta-feira (11/03), o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, declarou como pandemia o surto do novo coronavírus. Atualmente, o vírus já atingiu 114 países e contaminou mais de 130 mil pessoas. Até o momento do fechamento desta matéria, o Brasil apresentava 98 casos confirmados do Covid-19.
O Covid-19, a doença causada pelo novo coronavírus (Sars-CoV-2), teve os primeiros casos registrados no final de 2019, na província de Wuhan, na China. Isolado pela primeira vez em 1937, o vírus foi nomeado como coronavírus em 1965, por seu perfil na microscopia apresentar formato similar a uma coroa. O coronavírus se refere a uma família de vírus que causam infecções respiratórias. O coronavírus já provocou doenças como a Síndrome Respiratória do Oriente Médio (Mers) e a Síndrome Respiratória Aguda Grave (Sars).
Febre, tosse seca, dores no corpo, diarreia, inflamação na garganta e congestão nasal são os principais sintomas. Os casos mais graves de Covid-19 estão associados a gestantes, crianças menores de dois anos de idade, idosos e pessoas com histórico de outras doenças associadas, como doenças cardíacas, diabetes, doenças pulmonares e neoplasias, nessas circunstâncias, os pacientes podem apresentar outros sintomas, como insuficiência renal e síndrome respiratória aguda.
O tratamento requer repouso, hidratação e uso de medicamentos que aliviam os sintomas, como analgésicos e antitérmicos. A recomendação para internação e isolamento em hospitais de referência é para pacientes em estado grave.
Casos suspeitos, pacientes infectados com sintomas leves, pessoas que estiveram recentemente em países com alta incidência da doença e pessoas que não apresentam sintomas, mas que tiveram contato com diagnosticados podem não precisar de imediata internação hospitalar. O Ministério da Saúde indica que essas pessoas devem ser acompanhados através de atenção hospitalar primária, e o ideal é cumprir isolamento e quarentena domiciliar, para evitar o contato com outras pessoas e a exposição a ambientes aglomerados.
Quais os tipos de transmissão do novo coronavírus?
Em síntese, a transmissão pode ocorrer através do contato com secreções liberadas em espirros, tosses e fala de pessoas infectadas. A infecção acontece quando essas gotículas propagadas adentram nas mucosas da boca, nariz e olhos, seja pelo ar, por vias respiratórias e por contato físico.
O Ministério da Saúde afirmou que ainda não há casos de transmissão sustentada no Brasil, porém, com a pandemia instaurada, podem ser registrados, em breve.
Local – A transmissão local acontece através do contato com outras pessoas infectadas que “trouxeram” o vírus de outros países. Ou seja, são pessoas que não viajaram para países com casos registrados, porém, adquirem a doença no Brasil ao ter contato com pessoas infectadas.
Comunitária ou sustentada – Esse tipo de transmissão ocorre entre a população. Ou seja, um paciente infectado, que não viajou para países com incidência do vírus, transmite o Covid-19 para outra pessoa, que também não viajou para locais com casos registrados.
Condomínios
O protocolo de quarentena domiciliar tem preocupado moradores de condomínios, que temem a propagação do vírus devido ao compartilhamento de áreas comuns. O isolamento dura, por padrão, 14 dias, tempo médio de incubação do novo coronavírus. Nesse ínterim, o paciente deve ser monitorado constantemente por seu médico, que ao observar qualquer alteração ou piora no quadro clínico deve encaminhá-lo ao hospital.
Para manter a privacidade, uma pessoa infectada não tem obrigação de expor a sua condição para vizinhos. Caso o paciente opte por contar ao síndico do condomínio, o gestor pode informar aos demais moradores sobre o morador infectado, porém não deve divulgar a identidade da pessoa, para evitar estigmas e preconceitos. Por exemplo, no início da divulgação do surto do novo coronavírus, alguns prédios em São Paulo chegaram a proibir a circulação de asiáticos em elevadores sociais e determinaram que espaços de lazer estavam proibidos de serem utilizados. Ou seja, foram ações propagadas por desinformação e preconceito, que não contribuíram para a efetiva conscientização e prevenção.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) ainda não é possível afirmar quanto tempo o Covid-19 pode sobreviver em ambientes externos. Estudos iniciais apontam que o vírus pode sobreviver por horas ou até mesmo dias, a depender das condições de clima, temperatura e umidade do local. Dessa forma, o síndico deve adotar medidas para promover a higienização das áreas comuns, em que a circulação é frequente, para evitar a propagação do vírus no condomínio.
Medidas que devem ser adotadas em condomínios
Uma outra forma de contágio acontece através do contato com superfícies contaminadas por gotículas que ficam depositadas em áreas de contato, como maçaneta, corrimão e painel do elevador. Por isso, boas práticas de higiene são essenciais para diminuir o risco de transmissão do Covid-19.
Primeiramente, é preciso orientar quantos às formas de transmissão e prevenção. Assim, é aconselhável que cartazes informativos sejam colocados em áreas de acesso e circulação. Desse modo, pessoas que circularem nas dependências do condomínio ficarão mais atentas quanto às medidas de higiene.
Em condomínios, locais de maior risco de infecção são aqueles que apresentam aglomeração de pessoas, como hall de entrada, áreas de convivência e elevadores. Assim, recomenda-se que as áreas de contato desses espaços sejam limpas frequentemente com água e sabão, álcool 70%, alvejante ou desinfetantes.
Devem ser instalados tubos de álcool em gel no hall de entrada e nos elevadores da garagem e térreo, para estimular os moradores e funcionários a higienizar as mãos ao passarem por esses locais. Bem como, todos os banheiros das áreas comuns precisam sempre disponibilizar água e sabão, pois a higienização das mãos é importante não só para evitar a disseminação do coronavírus, bem como de outras doenças infectocontagiosas.